O liberalismo é o receituário proposto como saída para a crise económica dos anos setenta, promovidos pelo economista norte-americano Milton Friedman, e que se posiciona contra a intervenção do Estado na economia e a favor da criação de condições para a total mobilidade do capital. O discurso neoliberal atribui à intervenção estatal e à esfera pública todos os males sociais e económicos, exaltando a livre iniciativa como solução frente aos problemas.
Milton Friedman afirma que se há desemprego então deverão reduzir-se os salários. Se esta diminuição dos salários não é capaz de gerar emprego, então é preciso continuar a baixar os salários. Para que os salários possam baixar, devem desaparecer os Sindicatos, já que estes não permitem que haja uma “livre” contratação da mão-de-obra, impedindo que o valor da força de trabalho se fixe pelas leis de mercado. Se os Sindicatos fazem subir o salário, isto leva a reduzir o nível de emprego.
A premissa principal da globalização neoliberal é a obtenção de rendimentos de curto prazo. Para cumpri-la, é necessário reduzir ao mínimo as barreiras ao capital financeiro.
Por seu turno, o “excesso” de instituições estatais e de legislação laboral, constituída em contratos colectivos de trabalho com as organizações sindicais, prejudica a rentabilidade das empresas e deve, por isso, ser eliminado. O objectivo é, obviamente, eliminar a rigidez da regulamentação das relações de trabalho e do compromisso entre capital e trabalho, para aumentar a margem de lucro dos grandes investidores.
“A desregulamentação da actividade económica tem servido, a si mesma, como fundamento
para os amplos processos de privatização que, sob o pretenso objectivo de acabar com a ineficiência
estatal, resultaram na abertura de novas opções de acumulação, ainda que à custa do
bem-estar da maioria da população” (Crítica de la globalidad, Víctor Flores Olea e Abelardo
Mariña Flores)
Para os neoliberais,os mercados financeiros são auto-reguláveis, sabem alocar recursos ao menor custo, com maior eficiência. Dispensam o planeamento público e tornam irrelevante a intervenção do Estado na economia.
No entanto, economicamente, o neoliberalismo fracassou, não conseguindo nenhuma revitalização básica do capitalismo avançado. Socialmente, ao contrário, o neoliberalismo conseguiu muitos dos seus objectivos, criando sociedades marcadamente mais desiguais” (P.Anderson, El despliegue del neoliberalismo) .
A primeira experiência de aplicação sistemática do neoliberalismo no mundo deu-se no Chile de Pinochet, uns anos antes da vaga neoliberal na Europa iniciada pelo governo de Margaret Thatcher em Inglaterra e seguida pelo governo de Reagan nos Estados Unidos, e que só se aplica de forma mais ou menos generalizada na Europa. nos anos noventa, contribuindo para elevar em vários momentos e países a taxa de rentabilidade, como aconteceram nos Estados Unidos nos últimos anos do governo de Clinton
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