A apologética da política económica neoliberal rege-se por uma teia de conotações e associações de palavras como flexibilidade, maleabilidade, desregulamentação, reajustamentos, reformas estruturais, que tendem a fazer crer que a mensagem neoliberal é, usando as palavras de Pierre Bourdieu, “uma mensagem universalista de libertação”.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

AS AJUDAS DO FMI




Quando o FMI decide ajudar um país, despacha para lá uma "missão" de economistas. Esses economistas em geral sabem pouco sobre o país em questão; muito provavelmente, sua experiência directa será restrita aos hotéis de cinco estrelas e não se estenderá às cidades. Eles trabalham duro, desfiando números e números até tarde da noite. Mas a tarefa deles é impossível. Em poucos dias ou, no máximo, semanas, precisam desenvolver um programa coerente e sensível às necessidades daquele país. Desnecessário dizer que um pouquinho de econometria raramente fornece uma perspectiva clara do desenvolvimento estratégico de uma nação inteira. Pior ainda, o exercício econométrico nem sempre é muito bem feito. Os modelos matemáticos empregados pelo FMI são frequentemente falhos ou desactualizados. Os críticos acusam a instituição de adoptar uma abordagem do tipo "fábrica de salsichas" para lidar com a economia. Sabe-se que as missões elaboram rascunhos de seus relatórios antes das visitas. Já ouvi falar de um incidente infeliz em que membros da missão copiaram grandes trechos do texto do relatório de um país e transferiram-nos integralmente para outro. Teriam conseguido ocultar a proeza, não fosse o facto de que o sistema de busca-e-troca do processador de texto não funcionou direito, deixando o nome do país original em alguns trechos do segundo relatório. Ops.(Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial

PORTUGAL, UM POVO ESPOLIADO E SAQUEADO

Não há dinheiro? Mas o rombo fraudulento do BPN está a custar 9 mil milhões de euros ao erário público; o défice da Madeira mais 5,8 mil milhões; o escândalo dos swaps monta a 3 mil milhões; e as PPPs rodoviárias a bagatela de 9 mil milhões de euros. Só estas quatro coisas significam um prejuízo de 26,8 mil milhões de euros para o Estado português – sem falar nas muitas outras que pejam a vida pública do país. Mas não passa pela cabeça deste serviçal da troika, o governo P.Coelho/P.Portas cortar em nada disso. O que eles querem é cortar mais 4,0 a 4,8 mil milhões de euros, até 15 de Julho próximo, nas pensões de reforma e nas remunerações de funcionários públicos.
Por este governo na rua é um imperativo de sobrevivência nacional. (RESISTIR.INFO)