A apologética da política económica neoliberal rege-se por uma teia de conotações e associações de palavras como flexibilidade, maleabilidade, desregulamentação, reajustamentos, reformas estruturais, que tendem a fazer crer que a mensagem neoliberal é, usando as palavras de Pierre Bourdieu, “uma mensagem universalista de libertação”.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A LINGUÍSTICA E O NEOLIBERALISMO

É no território da linguística de um neoliberalismo pronto a servir, que habitam a mentira, a demagogia e uma dimensão totalitária e indecorosa da política. É pois desejável ressignificar as coisas, o mundo e a sociedade, pugnando pela construção de um modo alternativo ao modelo neoliberal, numa época em que a distinção entre capitalismo e democracia parece ter sido esbatida e a liberdade reduzida a uma estratégia de mercado

MANIFESTAÇÕES POPULARES



A finalidade dessas manifestações não é, verdadeiramente, propor um sistema de governação alternativo nem um conjunto de políticas, mas apenas dizer que há certos valores — como a democracia, a abertura, a transparência, a preocupação com os pobres, a apreensão quanto ao ambiente — que muitas pessoas, especialmente os jovens, consideram não estarem a ser correctamente levados em conta no actual sistema de governação global (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial).

AUSTERIDADE FISCAL E MONETÁRIA




No contexto da crise do Leste asiático e de outras crises, diz que o que é importante é a austeridade fiscal e monetária. Preocupa-se mais com o impacte ao nível dos investidores estrangeiros do que com a fuga de capitais de investidores nacionais. Pouco se preocupa com o impacte na economia da agitação social e política gerada pelas políticas adoptadas. Vou referir apenas um exemplo: em finais de 1997, muitos de nós dissemos que as políticas de extrema austeridade que o FMI estava a impor à Indonésia iriam, muito provavelmente, causar problemas reais de agitação social numa sociedade que já tinha antecedentes desse tipo e que estava etnicamente fragmentada. O FMI não prestou qualquer atenção a essas advertências. Com efeito, fez ainda pior. Numa altura em que a taxa de desemprego estava a aumentar acentuadamente — aumentou dez vezes — e os salários reais estavam em queda (baixaram cerca de um terço) decidiu agravar a situação, suspendendo os subsídios de alimentação e de combustíveis concedidos às pessoas mais pobres. Foi deitar achas para uma fogueira que estava prestes a deflagrar e que, efectivamente, deflagrou no dia seguinte. (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial).

PRINCIPAIS OBJECTIVOS DA CRIAÇÃO DO FMI




Um dos principais objectivos que presidiram à criação do FMI foi aumentar a estabilidade e promover a adopção de políticas de expansão pelos governos dos países que se encontravam perante uma situação de declínio económico. Essas políticas de expansão permitiriam que os declínios fossem menos acentuados e menos prolongados do que normalmente seriam. Hoje em dia, quando o FMI intervém num país cuja economia está em declínio, o que lhe diz não é que adopte uma política de expansão, mas sim de contracção. (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial).

AUSTERIDADE FISCAL



No contexto da crise do Leste asiático e de outras crises, diz que o que é importante é a austeridade fiscal e monetária. Preocupa-se mais com o impacte ao nível dos investidores estrangeiros do que com a fuga de capitais de investidores nacionais. Pouco se preocupa com o impacte na economia da agitação social e política gerada pelas políticas adoptadas. Vou referir apenas um exemplo: em finais de 1997, muitos de nós dissemos que as políticas de extrema austeridade que o FMI estava a impor à Indonésia iriam, muito provavelmente, causar problemas reais de agitação social numa sociedade que já tinha antecedentes desse tipo e que estava etnicamente fragmentada. O FMI não prestou qualquer atenção a essas advertências. Com efeito, fez ainda pior. Numa altura em que a taxa de desemprego estava a aumentar acentuadamente — aumentou dez vezes — e os salários reais estavam em queda (baixaram cerca de um terço) decidiu agravar a situação, suspendendo os subsídios de alimentação e de combustíveis concedidos às pessoas mais pobres. Foi deitar achas para uma fogueira que estava prestes a deflagrar e que, efectivamente, deflagrou no dia seguinte. (Joseph Stiglitz ex-economista chefe do Banco Mundial).

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CONTRA REDUÇÃO DE SALÁRIOS


"Quando o primeiro-ministro diz que até gostaria de baixar o salário mínimo e quando ouvimos (horas depois) António Borges confirmar que os salários têm de baixar, percebemos que há uma estratégia de destruição económica em que o aumento do pagamento dos impostos, o aumento dos custos da saúde e, sobretudo, a baixa dos salários e das pensões são vistas como a solução para o país"
O salário mínimo nacional é "o mais baixo da zona euro pelo que "baixá-lo ou mantê-lo tão apertado" é agravar ainda mais os problemas das pessoas.
Isto acontece ao mesmo tempo que o sector financeiro "teve lucros fabulosos", com o BES a arrecadar 800 milhões de euros com os títulos da dívida pública portuguesa e o BPI 170 milhões.
"Há dinheiro a mais em Portugal, não há é nas pensões e nos salários, não há é no salário mínimo",(Francisco Louçã).