A apologética da política económica neoliberal rege-se por uma teia de conotações e associações de palavras como flexibilidade, maleabilidade, desregulamentação, reajustamentos, reformas estruturais, que tendem a fazer crer que a mensagem neoliberal é, usando as palavras de Pierre Bourdieu, “uma mensagem universalista de libertação”.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

OS RICOS PERDERAM O MEDO DOS POBRES

 

A alta dos preços dos alimentos veio para ficar. Conseqüentemente, estamos de novo diante da perspectiva de crises de fome aguda nos países mais pobres. Perspectiva semelhante, em 1975, deu lugar à Conferência Mundial da Alimentação, cujas propostas para evitar a repetição do fenômeno deram em nada
Desta vez, os países ricos não se viram na necessidade de montar outra farsa como a de 1975. Em três dias, os chefes de 43 Estados reuniram-se em Roma e despacharam o assunto.
Ao pedido de 30 bilhões de dólares para enfrentar o problema, feito pelo diretor geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), a resposta dos chefes de Estado foi assim: toma dez e não se fala mais no assunto.
O episódio é bem indicativo dos tempos que estamos vivendo: "os ricos perderam mesmo o medo dos pobres", escreveu Eric Hobsbawm, em 1989. .
Contudo, convém ponderar que o resultado da reunião de Roma, não altera essencialmente a problemática da fome no mundo.
Para resolvê-lo, definitivamente, não basta comprar excedentes da produção dos países ricos e enviar comboios com alimentos para as regiões de fome aguda. Na lógica do capitalismo, isto pode ser até um bom negócio para as multinacionais do "agrobusiness".
A fome resolve-se com reforma agrária; planeamento agrícola; preços controlados; educação e saúde para a população do campo.
A humanidade não se pode libertar do fantasma da fome dentro dos marcos duma economia neo-liberal. Confira aqui

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