Crise dos subprime, crise especulativa, crise bancária, crise
financeira – os nomes são muitos para a imensa expansão da aventura
especulativa, que abalou o capital financeiro e, naturalmente os ramos
produtivos das economias. Em resposta, governos e instituições globais jogam
triliões de dólares no sistema, ao passo que os indicadores económicos sinalizam
o aprofundamento da deterioração na chamada ‘economia real’.
É inócua a ação de governos e instituições globais que
inundam a economia com triliões e clamam pelo retorno da “confiança”. A partir
de uma visão histórica e sistémica sobre a crise do capital, István Mészáros mostra
que esta crise nada tem de nova. Pelo contrário, é endémica, cumulativa,
crónica e permanente; e suas manifestações são o desemprego estrutural, a
destruição ambiental e as guerras permanentes.
A grande crise económica mundial de 1929 – 1933 se parece com
"uma festa no salão de chá do vigário" em comparação com a actual
crise financeira. A crise estrutural do sistema do capital como um todo está
destinada a piorar consideravelmente. Vai se tornar a certa altura muito mais
profunda, no sentido de invadir não apenas o mundo das finanças globais mais ou
menos parasitárias, mas também todos os domínios da nossa vida social,
económica e cultural.
Pela primeira vez na história, o capitalismo confronta-se
globalmente com seus próprios problemas, que não podem ser “adiados” por muito
mais tempo nem, tão pouco, transferidos para o plano militar a fim de serem
“exportados” como guerra generalizada. (in “A Crise Estrutural do Capital” de
István Mészáros)
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